quarta-feira, novembro 07, 2007

A estátua da discórdia

Ontem a Duschy enviou-me um mail com esta notícia publicada em http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=63864:


«O vereador do movimento Cidadãos por Lisboa, Manuel João Ramos, reagiu com indignação e humor à aprovação, pela Câmara, de uma proposta para colocar na Avenida da Liberdade uma estátua com cinco metros de altura e dois de largura.
Satirizando a doação feita pela sociedade de advogados de José Miguel Júdice (Sociedade PLMJ) de uma escultura de Rui Chafes – intitulada ‘Sou como Tu’ –, Manuel João Ramos garante que vai apresentar na próxima reunião de Câmara «uma proposta para doar uma estátua com cinco centímetros de altura e dois de largura».
A obra que o vereador pretende oferecer à autarquia «deverá ficar ao lado da escultura oferecida por Júdice» e receberá o nome de ‘Quero ser como tu’.
A proposta de Manuel João Ramos pretende, assim, ser uma forma de protesto contra o que a vereadora Helena Roseta considera ser «uma forma de marketing encapotado», para publicitar a firma de Júdice, «que ainda por cima dará benefícios fiscais a quem faz a doação, por esta ser considerada um acto de mecenato».
A aceitação da doação da escultura e da imposição de a colocar no jardim da Avenida da Liberdade, em frente ao edifício sede da PLMJ, provocou uma discussão animada na reunião pública de Câmara desta quarta-feira.
Margarida Saavedra, do PSD, afirmou mesmo que estaria disposta a votar favoravelmente o proposto «desde que fosse retirada a imposição relativamente à colocação da escultura».
Uma ideia que não foi aceite por António Costa que considerou «normal» que o doador da obra a pretendesse colocar em frente à sua sede.
Os vereadores dos movimentos Lisboa com Carmona e Cidadãos por Lisboa votaram contra a proposta, que contou a abstenção do PSD e do PCP.
O protocolo com a sociedade de advocacia de Júdice acabou por ser aprovado com os votos favoráveis dos vereadores do PS e de José Sá Fernandes, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda.»


São várias as questões/dúvidas/perguntas que me ocorreram e que passo a enumerar:

1 - Já alguém viu a estátua?
R: Não sei. Eu ainda não...

2 - É assim tão estranho que o doador queira ter a estátua doada à porta da sua sede?
R: Até acho que não... O problema vem nas próximas perguntas...

3 - E se a PLMJ mudar a sede para uma rua onde não caiba a estátua?
R: Ora aí está. Levam a estátua para um armazém? Põem-na num pátio interior?

4 - E se a PLMJ mudar a sede para outro município?
R: Se foi dado à cidade de Lisboa... Mas tem que estar à porta da sede... Não faço ideia... Mas acho que na doação, o que está dado, está dado...

5 - Há algum problema em ter um benefício fiscal?
R: Claro que não.

6 - Pode ser uma operação de marketing?
R: Talvez. Pelo menos a estátua é capaz de ficar bem na fotografia do catálogo do escritório a distribuir aos clientes internacionais... Dá um ar institucional.

7 - Então o Zé aprovou a estátua?
R: Esta é fácil de responder: Se não fosse o Zé, não havia estátuas de 5m x 2m na Avenida da Liberdade!!!

Já agora, só uma última questão. Atendendo à localização da sede da PLMJ, será que vão cortar alguma árvore para lá por a estátua?!?

1 comentário:

JPPS disse...

Em primeiro lugar eu discordo de tudo que parta da PLMJ, a menos que sejam zangas entre eles, etc...

Em segundo lugar o JMJ representa tudo o que à de mau na sociedade. Vejo nele nada menos do que clientelismos, jogos de interesses e influências, passar por cima de tudo e todos à custa de conhecimentos, e especialmente crescer à custa de tudo isto dado que normalmente não seria capaz de o fazer.

A estátua não passa de um pretexto de benefícios, favores, etc... ou alguém acha que a intenção dele é embelezar a cidade? Se fosse essa a intenção o tipo não tinha feito aquela marcha pelas ruas da cidade com a carneirada toda de toga no braço (enquanto bastonário), foi medonho!!!.

Quanto à localização, por mim podiam até colocar a estátua dentro do prédio dele... e por mim ele podia enfiar a estátua...

Por aqui me fico...