quinta-feira, novembro 30, 2006



Do que falamos quando dizemos que um determinado encontro é muito mais do que um simples jogo de futebol? Falamos de jogos muito especiais que envolvem um ambiente muito próprio que se traduz em emoções fortes. Para que isso aconteça é preciso que seja um jogo decisivo, ou de uma fase avançada de uma importante competição ou que seja um econtro entre dois rivais históricos. Aqui fala-se da visão encarnada sobre o derby lisboeta, Benfica-Sporting. Há várias categorias de derbys, a saber:
A - receber o rival em casa;
B - jogar com o rival em campo neutro;
C - ir à toca do rival.

Podia desenvolver teorias para cada uma das categorias, mas vou ficar pela afirmação que é a categoria C a que mais mexe com a minha alma benfiquista. São várias as razões, a mais compreensível é que não há sensação melhor do que derrotar o Sporting no seu próprio estádio. Mas para que tudo isto faça sentido é preciso obedecer à condição de estar lá presente. Ver o jogo pela televisão retira a parte mais emocionante. Gritar golo num café, ou em casa não é mesma coisa do que festejar loucamente um golo na cara de 50 mil lagartos. Lagartos, sim! Para nós, os adeptos do Sporting nunca são leoninos ou sportinguistas, são lagartos. Depois há variações conforme a pessoa em causa. Lagarto é o comum mortal que se assume sportinguista, lagartão é aquele que abraça a sua causa com tanta paixão como eu abraço a minha causa benfiquista, lagartixa é aquele que desprezamos, lag é o diminuitivo "carinhoso" com que tratamos os nossos amigos mais chegados.Isto faz sentido explicar, porque apesar desta rivalidade imensa é preciso ter a sorte que eu tenho tido, e saber fazer desta relação "odiosa" grandes laços de amizade.

Afirmo aqui com orgulho que entre os meus melhores amigos estão lags que muito estimo e que fazem com esta rivalidade seja cada vez mais acesa.

Ultimamente tenho tido oportunidade de conhecer melhor amigos que vivem fora da minha área e que habitam bem a norte do país, tanto benfiquistas como lagartos. Cheguei à conclusão que uns e outros encaram estes derbys de maneira ligeiramente diferente da minha. É comum ter este tipo de desabafo com um benfiquista do norte: "Então, lá vamos ter de ir a Alvalade lixar os gajos..." e a resposta estranha-se: "Pá, isso não é muito importante, o que interessa é que o Benfica venha cá ganhar ao Dragão!". Isto é espantoso! Só mesmo pela geografia se pode entender este pensamento. Não há nada mais importante do que derrotar o nosso rival e vizinho! Quem vive o futebol há muitos anos como eu vivo, sabe que a rivalidade com os verdes é um sentimento omnipresente, todo o ano, todos os dias. Estar em contacto com lagartos faz com que estejamos sempre a picar e a agoirar.
Isto é assunto sério.
A mim ninguém me tira da cabeça que esta seca que o meu clube atravessa é um merecido castigo por tudo o que fiz sofrer aos meus colegas lagartitos (mais outra expressão bonita) durante a fase escolar, da primária ao fim do liceu. Foram anos e anos de massacre. Um gajo habitua-se aquilo , ano após ano a ver o rival sem ganhar nada de nada e não se contém. Nessa altura era habitual perdermos derbys em casa e fora, mas no final quase sempre acabávamos a rir, até na época dos famosos 7-1, fomos campeões.É a característica do derby "Raramente serás feliz à conta do vizinho rival". Ou seja, Benfica e Sporting podem ganhar títulos mas raramente conseguem arrancá-lo na cara do rival. Quando se consegue, claro, é o prazer supremo!

Há exemplos que espelham isto, uns traumatizantes outros deliciosos. O Sporting nos últimos dois títulos podia ter rebentado a festa nas trombas do seu rival. Podia mas não conseguiu, e apesar de nada ganharem os adeptos benfiquistas presentes nesses dois jogos no antigo estádio de Alvalade nunca esquecerão os golos de Sabry e Jankauskas. Quando se fala em derbys vem sempre a conversa dos 7-1, esse foi o primeiro jogo que fui ver ao campo inimigo com o meu clube. Lembro-me do trabalhão e das promessas que fiz aos meus pais para poder ir com os amigos mais velhos a Alvalade. Mais valia estar quieto... Mas há um encontro mais traumatizante do que esse, foi na Luz quando o Benfica tinha que vencer o Sporting para se sagrar campeão. Nenhum benfiquista acreditava noutro resultado que não fosse a vitória, a verdade é que em poucos minutos os desgraçados de verde e branco fazem dois golos. O FC Porto aproveita e vence o Vitória no Bonfim. O Benfica ainda reduz mas o título vai para as Antas com cumprimentos leoninos. Foi traumatizante.

Tenho para mim que mesmo que houvesse uma temporada catastrófica que fizesse com que os rivais de Lisboa tivessem que lutar para não descer de divisão, o estádio estaria sempre cheio quando as equipas se defrontassem. Um jogo destes nunca é definitivo, dura para discussões extensas que só são abafadas com a chegada de novo jogo. Até esta semana qualquer discussão com um lagarto teria de envolver a famosa frase "Já está!", com que um feliz locutor de rádio assinalou mais um lendário golo encarnado em Alvalade, o primeiro do novo estádio.

A partir de sábado novas incidências surgem para enriquecer a vasta história de confrontos com os nossos queridos inimigos. Domingo e segunda-feira lá vamos enfrentá-los no café, no trabalho, no supermercado, ao telefone. Só espero que o sorriso seja todo meu.

Tendo em conta a história recente do embate em campo verde, nós os benfiquistas, temos todas as razões para irmos confiantes. Nas últimas sete épocas, o Glorioso venceu por cinco e só perdeu duas!
Não troco este derby por nada, que me desculpem os adeptos de todos os outros clubes, mas este é "O" derby! Não há nada que se compare ao encontro destes vizinhos. É quando os opostos se cruzam. Durante noventa minutos encaramos cada lance como se fosse decisivo para resolver a eterna questão de quem é melhor. O coração bate mais depressa, um golo nosso é o tal orgasmo de que o Fernando "bi-bota" Gomes tanto falava, um golo sofrido é como ter o mundo a desabar nas nossas cabeças. É muita emoção que só se justifica pelo prazer de no final irmos ao encontro dos nossos rivais que no fundo são uns amigalhaços e que precisam tanto desta rivalidade como nós.

Já sei que só vale 3 pontos, mas a vitória em Alvalade é purificadora. Força Benfica.



PS: Post descaradamente gamado daqui.

quarta-feira, novembro 29, 2006

No more a nice guy


Mudam-se os tempos, muda-se James Bond. E para bem melhor!
Acabaram-se os tempos do herói que após despistar um tanque sai ileso, penteado e com a roupa impecavelmente passada a ferro.
Os maus já não são 100% maus e os bons já não são 100% bons.
Perdeu-se a faceta "encantadora" do antigo Bond e deu-se-lhe um lado "negro" e violento, cortando com os filmes anteriores sem, contudo, esquecermos que se trata do mesmo "007".
Brilhante!

quinta-feira, novembro 23, 2006

Acabou a Liga

Após muitos corações esperançados num "quase" milagre tendo o Sporting um grupo tão dificil, ontem este foi afastado da Liga dos Campeões.

Na verdade, antes do jogo já poderíamos prever o que se iria passar...quando uma equipa italiana está de aflitos ou em apuros para passar numa competição destas, quem lá vai sofre....

Parabéns ao Inter porque a vitória foi justa, mas o Sporting merecia melhor sorte pelo que fez. O seu erro foi entregar os pontos antes deste jogo....

Parabéns aos meus meninos e cabeça erguida para os próximos desafios.

Boa sorte ao Braga, Porto e Benfica.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Alguém explica isto?

Já se sabe que há necessidade de ordenar o estacionamento,
Já se sabe que os carros são muitos na cidade,
O que ainda não se sabia é que agora existe também uma política activa de prevenção do estacionamento...

Moral da história:
As autoridades descobriram como resolver o problema de estacionamento, antecipando-o...

É a chamada política do «VARECEAPESEE - VAMOS REBENTAR COM ELES ANTES DE PENSAREM SEQUER EM ESTACIONAR...»

ESSES GRANDES MALANDROS!...

Vende-se pino

Vende-se pino anti-estacionamento de cor branca, em pedra, muito maneirinho (cabe na mala de um Yaris!) e em bom estado.

Fácil de transportar e com diversas possibilidades de utilização.

É ideal para:

- meter debaixo do seu carro e evitar a chatice de levá-lo à oficina, pois fica com uma desculpa para chamar o reboque;

- deixar de queixo caído os mais empedernidos polícias de trânsito lisboetas;

- fazer uma surpresa à sua mulher ou marido e levá-lo a jantar fora ao McDonalds às onze da noite;

- pregar uma seca valente ao grande Genérico (a quem publicamente agradeço a amizade e o cuidado).

Os interessados podem contactar-nos no blog.

Bom preço!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Que engodo...

Depois da enorme desilusão causada pela revelação do nosso Amunike (refiro-me à revelação de que na música "Esta balada que te dou", Armando Gama não diz "um sonho lindo" mas sim "um sonho, um livro"), eis que eu descubro mais uma desilusão num dos pilares musicais em que se construiu a nossa infância.

Uma música que todos nós cantámos na escola é, afinal de contas, um hino à prostituição, quiçá à pedofilia (uma vez que a música se destina a crianças).

Refiro-me à música “As Pombinhas da Catrina”. Se clicarem no link que surge agora

Musica Infantil Portuguesa - As pombinhas da catrina.mp3
podem ouvir ao que me refiro.

Bem, o que me refiro é o seguinte:

(Embora a música não esteja completa eu analiso a letra na totalidade)



As pombinhas da catrina… Com atenção aprecebemo-nos que a música fala putas que têm como proxeneta uma senhora chamada Catrina (muito provavelmente vem da Europa de Leste e o seu nome escreve-se Katrina).


Andaram de mão em mãomeus amigos(as) as tipas eram rodadas até dizer chega…

Foram ter à Quinta Nova, ao pombal de S. JoãoIsto é o bordel da Katrina, O bordel de S. João que se situa na Quinta Nova.

Ao Pombal de S. João à Quinta da Roseirinha… é a filial do bordel… Estas meninas não têm descanso…

Minha mãe mandou-me à fonte, eu parti a cantarinha… a mãe deixou-a sair à rua e ela perdeu-se logo na vida… uma vaca é o que é!!!


Se tu és o meu amor,
dá-me cá os braços teus,
se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus. …
Que desavergonhada… o que ela quer dizer é: “dás-me dinheiro e tens-me, caso contrário vai para o ca..lho”

Ao passar o ribeirinho,
água sobe e água desce,
(ribeirinho??? Sobe e desce???)
dei a mão ao meu amor,
não quis que ninguém soubesse.
(Deu uma mãozinha, não é??? É a chamada estimulação manual, ou em termos mais curriqueiros: a bela da punheta.)

Por ser o pombal tão estreito, (estreito é o caraças… está é completamente esgaçada…)
e asas termos pr'a voar,
nós voamos com tal jeito,
que não qu'remos já voltar.
(o atingir o clímax)

Se alguém nos vê passar,
diz: que lindos que eles são;
nós não queremos já voltar,
mas andar de mão em mão
. (Ou como diria o Zeca Afonso “venham mais cinco”… um autêntico bacanal!!!)


Sem ter beira nem patrão,
o voar é nossa sina.
- vão andar de mão em mão,
as pombinhas da Catrina.
(As putas deixaram a Katrina e trabalham por conta própria, talvez com um classificado manhoso tipo “oral guloso” ou “bumbum apertadinho”)

Esta é a verdadeira história das famosas “passarinhas”, muito possivelmente as primeiras de que nós gostámos!

Pois, é! Mais um mito quebrado. Mais um pilar da nossa infância que se destrói. Assim é difícil acreditar nas coisas mais inocentes.

Qualquer dia descobrimos que o Pai Natal era afinal um cabrão que foi apanhado a comer a mulher de alguém e ela inventou essa personagem para enganar o marido. Nesse caso o Natal é quando essa mulher quiser… se tiver lareira em casa.

Fico por aqui, pedindo desde já desculpa pelo léxico utilizado, contudo a revolta causada põe este impacto impede-me de fazer melhor.