segunda-feira, julho 16, 2007

Cor de rosinha...


Que dizer desta cidade, deste país, destes políticos, ou mesmo destes cidadãos?

Não sendo eu socialista, por isso não querendo que os socialistas vencessem as eleições intercalares de Lisboa, tenho de admitir que não havia outra escolha a fazer.

Creio que o melhor que há a dizer é que nós estamos entregues aos bichos. Não que os bichos sejam os socialistas, os bichos são mesmo os eleitores.

Faz-me alguma confusão que se eleja um presidente (que já conheciam pois havia assumido a presidência da câmara quando Pedro Santana Lopes assumiu funções de Primeiro-Ministro) com 42,43% e, passados dois anos do seu mandato esse presidente não mereça a confiança dos eleitores.
Como é que isto aconteceu? Foi por causa do taberneiro de esquerda que, desde 2001, apenas cria confusão na vida política, social e judicial português, levantando problemas, acusando e perseguindo pessoas, apresentando providências cautelares sobre tudo o que se faz? Logo esse senhor que nunca construiu nada ou apresentou nem uma proposta sobre nada… Será que foi por esse senhor ter feito tudo para envolver Carmona Rodrigues no processo Braga parques, o que levou a que os Lisboetas considerassem que Carmona Rodrigues não é sério? Já tentei saber o que fez que os eleitores que em 2005 viam Carmona Rodrigues como bestial, agora o vejam como besta. Ninguém soube dar uma resposta até agora. Pergunto o que ele fez para isso, e o que me respondem é sempre algo do tipo “mas o que é que ele fez pela cidade?” A isto chamo desatenção, pois quem vive na cidade sabe tudo o que tem sido feito nestes dois anos, mais o que se iria fazer nos próximos dois. E tudo isso com o mérito de quem governa com uma oposição indigna desse nome, a qual apenas tinha como objectivo o puro e simples boicote. Afinal Carmona Rodrigues nada fez para que o vissem de forma diferente em relação a 2005, mas conseguiram-no pintar muito mal e fazê-lo perder as eleições.

Em todo o caso importa aqui salientar que os mandatos têm uma duração específica para algum motivo… Poderá ser para que se dê tempo a implementar medidas, iniciar e terminar projectos assumidos nos programas eleitorais?
Caso seja normal fazer juízos a meio dos mandatos, então onde estaria o governo do país?

Em termos fácticos analisemos os resultados destas eleições. José Sócrates, digo… António Costa é o novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Para tal conseguiu ser eleito em primeiro lugar em todas as freguesias da cidade. Ora, tendo em conta que a abstenção foi de 62,61% e que António Costa foi eleito sem maioria absoluta ao ter tido 29,54%, significa isto que os eleitores Lisboetas não se identificam com ninguém, não acreditam nos candidatos nem na politica, mas já que têm de escolher um deles então que se escolha o que parece menos mau de todos.
António Costa foi eleito com 57907 votos, ou seja menos 17115 votos que teve Manuel Maria Carrilho em 2007. Apenas conseguiu mais um mandato que Manuel Maria Carrilho (6 mandatos em 2007 e 5 mandatos em 2005).
Tendo em conta que:
O PSD conseguira em 2005 eleger 8 vereadores, e que este ano conseguiu 3; Carmona Rodrigues elegeu 3; Helena Roseta elegeu 3; e o CDS passou de 1 para nenhum, então o eleitorado PSD consciente mudou a orientação do seu voto para o lado dos independentes. Carmona Rodrigues ficou com os votos do PSD consciente, os quais em perfeito juízo não votam em Marques Mendes ou Fernando Negrão (o meu caso), Helena Roseta ficou com parte desse eleitorado e com parte do eleitorado que não se identificaram nos partidos políticos nem em Carmona. Os eleitores CDS ficaram na praia e não foram votar. E o PS ganhou mais um vereador dado que conseguiu ir buscar votos em torno da imagem de um candidato de quem os socialistas gostam, ao contrário de Carrilho (se não houvesse abstenção talvez ganhasse mais um ou dois, em prejuízo de Negrão ou Roseta).

Dizia eu, mais acima, que António Costa venceu por não haver outra escolha, pois acredito que muitos Lisboetas não tenham ido votar ou tenham votado em António Costa por saberem que Carmona Rodrigues, embora seja o homem certo, nunca poderá governar a cidade em virtude dos constantes boicotes de uma oposição que nunca cumpriu o seu papel.

Será necessária uma reflexão profunda de todos nós e em especial dos responsáveis políticos e tomar medidas sérias. Portugal é um dos países europeus com maior índice de corrupção, Assim a política portuguesa não interessa aos cidadãos, os quais não saem de casa para escolherem em quem não confiam.
Serão necessárias mais candidaturas independentes, será necessária uma profissionalização dos políticos, será necessário mais poder e independência das polícias e dos Tribunais a fim de controlarem melhor as actividades políticas, bem como as gestões autárquicas e governamentais.

Há grandes lições a tirar destes não resultados”, mas por agora fiquemos com apenas dois factos:
1- O grande vencedor de ontem foi vendedor de língua da sogra/bolas de Berlim/olá fresquinho, na Costa da Caparica com 62,61%.
2- Isto está tudo muito
cor-de-rosinha…

1 comentário:

Unknown disse...

Caro Genérico,

Ainda estou estarrecido com as tuas palavras a propósito do Candidato (agora Vereador) Carmona, a propósito de ter tido sido eleito presidente com mais de 40% dos votos e agora não merecer a confiança dos eleitores.

Como é que isto aconteceu?!?

Pois eu respondo de imediato: Como é que é possível os eleitores não terem votado em alguém que fez tanto pela cidade!!!

Entre tantas outras coisas, tornou Lisboa menos poluída, ao mesmo tempo dinamizou a baixa pombalina e tirou daí os automóveis, melhorou a rede de transportes públicos, saneou economicamente a CML (que, diga-se, já não estava grade coisa) e, sobretudo (é esta a cereja no topo do bolo) ajudou a tornar Lisboa uma cidade onde não existem suspeitas de corrupção.

Sinceramente, estes eleitores de Lisboa são uns ingratos, os malandros...

Vou é apanhar a estrada nova e fazer-me ao caminho para Fiães!!!